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ARQUIVOS E PATRIMÓNIO DA SOCIEDADE CIVIL

  • Joana Dias Pereira
  • 16 de jan. de 2015
  • 2 min de leitura

Entre os conceitos clássicos da teoria política utilizados no discurso científico contemporâneo, sociedade civil está entre os que conheceu uma mais expressiva recuperação nas últimas décadas, referindo-se sobretudo às associações voluntárias, aos movimentos e às redes sociais cuja intervenção na esfera pública marcou a emergência da contemporaneidade. Os estudos históricos ilustram a complexidade deste universo e o papel que as instituições para a acção colectiva desempenharam no processo histórico, como veículo principal para a participação cívica de homens e mulheres na construção das sociedades modernas.

Parte considerável dos estudos demonstra que,desde as revoluções liberais, a acção colectiva,institucionalizadaou informalmente organizada:promoveualternativas às leis de mercado, baseadas na mutualidade ena cooperação;destacou-se na mitigação de carências sociais e napromoção de políticas públicas;reivindicouprotecção e direitos sociais; impulsionouum novo tipo desociabilidade, com relevantes funções pedagógicas e culturais;mobilizoulargas camadas da população na defesa daliberdade, da paz e da prosperidadedos povos.

As associações e os movimentos sociais que marcaram dos séculos XIX e XX legaram um património material e imaterial incontornável para a reconstrução do nosso passado colectivo. A preservação e divulgação dos seus arquivos, colecções, espólios e testemunhos,reveste-se da maior importânciapara os investigadores e as instituições, para o progressocientífico e cívico.

Ocongresso ARQUIVOS E PATRIMÓNIO DA SOCIEDADE CIVILpretendecontribuir para a identificação desse legado epara a valorização e divulgação de diversos projectos de recuperação,salvaguardae disponibilização deacervos produzidos por associações de diversas tipologias. Com esta programação, ambiciona-se sobretudo estimularo debate sobrea necessidade de replicar estas experiênciase lançar um ambicioso desafio à sociedade civil no sentido de proteger e promover os seus arquivos e património.

É de sublinhar que esta missãotem despertado um crescente empenho da comunidade científica e nomeadamente dos arquivistas. O Conselho Internacional de Arquivoslançou recentemente uma directiva aconselhando as organizações não governamentais (ONG’s) a preservar e partilhar a sua documentação e elaborou uma adaptação da ISAD (G) adequada a organizações de defesa dos direitos humanos, o que mostra como esta é uma tarefa importante e urgente.


 
 
 

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